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23/09/23

Primavera dos Museus 6º dia - Paola Rhoden



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Entrevista com pessoas, ou sobre pessoas LGBT, Indígenas e Quilombolas, cujo resultado, preferencialmente, será direcionado à PcDVs, membros da AIAB – Academia Inclusiva de Autores Brasilienses.

1 – Para esclarecer os leitores de nosso projeto, por favor, quer descrever sua pessoa com nome, idade, características físicas, e algo a mais que queira nos informar?

-  Luiz Carlos dos Santos, 78 anos, sou negro, 1,78m, atualmente moro em São Paulo, Capital. Me reconheci homoafetivo aos 14 anos, quando estudava o Ginasial na época. Só conseguia ser amigo de meninas, pois os meninos me causavam atração, e eu não podia falar nada. Eram outros tempos, outros pensamentos e ideias.

2 – Caso tenha enfrentado algum problema com discriminação, pode nos contar como foi, e como foi o desfecho?

- Tive o meu primeiro namorado aos 20 anos, minha mãe, viúva e da velha guarda, também os familiares, ficaram indignados com o fato, e precisei esconder o máximo minha relação. Cursava a faculdade de Bioquímica e meu namorado também. Nem na faculdade podíamos falar nada sobre o assunto, era uma espécie de pacto entre ele e eu. Porém, a discriminação nos afastou, e mais tarde ele se casou com uma mulher hétero e não nos falamos mais.

3 – Você pode nos deixar uma mensagem e sua opinião sobre a diversidade humana, e sua posição na atual sociedade brasileira?

- A humanidade por natureza se desenvolve, progride e traz novidades para o planeta. Assim não foi diferente com a população que se denomina LGBT+, pois com o passar dos anos foi reconhecido pela maioria que não somos iguais, nem na aparência física, nem nas preferências de vida. Hoje a população do mundo está tão diversificada em suas etnias, que nem é mais possível serem consideradas diferentes as atitudes de cada um. Minha posição atual na sociedade brasileira é bastante normal, há 2 anos me casei com um homem com o qual convivi por 35 anos, temos a mesma idade, e pretendemos ficar até o final de nossas vidas juntos.

4 – Nosso projeto na AIAB envolve pessoas com deficiência visual, qual sua opinião sobre projetos dessa natureza?

- Não conheço os projetos da AIAB, porém, toda e qualquer atitude que envolva a inclusão social, seja ela qual for, é louvável e tem meu aplauso.

5 – Poderia deixar sua mensagem pessoal a título de enriquecimento, sobre o assunto tratado na 17ª Primavera dos Museus de 2023?

- Antes de ser contatado por minha amiga Paola, que conheço desde os meus 14 anos, não havia me aprofundado no tema, só após seu contato fui me inteirar do assunto pelo site do IBRAM. Verifiquei que com o tema desse projeto, pretendem dar aos considerados excluídos uma visibilidade maior. No entanto, em meu pensamento particular, não existem excluídos, pois a exclusão parte de dentro de cada um, e se sentir excluído ou não, faz a diferença. Mesmo tendo sofrido muita discriminação na minha juventude, não me senti excluído, apenas incompreendido. 

São Paulo, 20 de setembro de 2023.

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