Entrevista com pessoas, ou sobre pessoas LGBT, Indígenas e Quilombolas, cujo resultado, preferencialmente, será direcionado à PcDVs, membros da AIAB – Academia Inclusiva de Autores Brasilienses.
1 – Para esclarecer os
leitores de nosso projeto, por favor, quer descrever sua pessoa com nome,
idade, características físicas, e algo a mais que queira nos informar?
- Luiz Carlos dos Santos, 78 anos, sou negro,
1,78m, atualmente moro em São Paulo, Capital. Me reconheci homoafetivo aos 14
anos, quando estudava o Ginasial na época. Só conseguia ser amigo de meninas,
pois os meninos me causavam atração, e eu não podia falar nada. Eram outros
tempos, outros pensamentos e ideias.
2 – Caso tenha enfrentado
algum problema com discriminação, pode nos contar como foi, e como foi o
desfecho?
- Tive o meu primeiro namorado
aos 20 anos, minha mãe, viúva e da velha guarda, também os familiares, ficaram
indignados com o fato, e precisei esconder o máximo minha relação. Cursava a
faculdade de Bioquímica e meu namorado também. Nem na faculdade podíamos falar
nada sobre o assunto, era uma espécie de pacto entre ele e eu. Porém, a
discriminação nos afastou, e mais tarde ele se casou com uma mulher hétero e
não nos falamos mais.
3 – Você pode nos deixar uma
mensagem e sua opinião sobre a diversidade humana, e sua posição na atual
sociedade brasileira?
- A humanidade por natureza se
desenvolve, progride e traz novidades para o planeta. Assim não foi diferente
com a população que se denomina LGBT+, pois com o passar dos anos foi
reconhecido pela maioria que não somos iguais, nem na aparência física, nem nas
preferências de vida. Hoje a população do mundo está tão diversificada em suas
etnias, que nem é mais possível serem consideradas diferentes as atitudes de
cada um. Minha posição atual na sociedade brasileira é bastante normal, há 2
anos me casei com um homem com o qual convivi por 35 anos, temos a mesma idade,
e pretendemos ficar até o final de nossas vidas juntos.
4 – Nosso projeto na AIAB
envolve pessoas com deficiência visual, qual sua opinião sobre projetos dessa
natureza?
- Não conheço os projetos da AIAB, porém, toda e qualquer atitude que envolva a inclusão social, seja ela qual for, é louvável e tem meu aplauso.
5 – Poderia deixar sua
mensagem pessoal a título de enriquecimento, sobre o assunto tratado na 17ª
Primavera dos Museus de 2023?
- Antes de ser contatado por minha amiga Paola, que conheço desde os meus 14 anos, não havia me aprofundado no tema, só após seu contato fui me inteirar do assunto pelo site do IBRAM. Verifiquei que com o tema desse projeto, pretendem dar aos considerados excluídos uma visibilidade maior. No entanto, em meu pensamento particular, não existem excluídos, pois a exclusão parte de dentro de cada um, e se sentir excluído ou não, faz a diferença. Mesmo tendo sofrido muita discriminação na minha juventude, não me senti excluído, apenas incompreendido.
São Paulo, 20
de setembro de 2023.
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Show de bola 😃
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