Nesse 12 de março, vale uma reflexão proposta por revolucionária de bibliotecas ...
Ao abraçar tal temática, mais do que qualquer outra do mundo, brinco, elegendo 3 palavras que mais gosto, sendo a 1ª, claro, biblioteca. A 2ª cidadania e a 3ª fica por conta de você, leitor. Caso acerte, ganhará o livro Revolucionando Bibliotecas, publicado há quase 30 anos, continuando com matérias não perecíveis, como muitas encontradas em jornais. Após cursar 3 pós graduações, todas elas com pesquisas de campo com frequentadores de bibliotecas, sinto-me capacitada a falar de gente nesse espaço; atuei, desde 1995, no voluntariado em Biblioteca; realizei oficinas em centenas de bibliotecas, dinamizei esses espaços...portando acho-me apta, com o direito e dever de contribuir com o tema.
Com mania de olhar somente o positivo, vi que as bibliotecas da cidade, onde moro, desenvolvem todas as espécies de atividades inovativas, contemplam as diferentes linguagens artísticas aliadas à literatura, usam de todas as tecnologias para oferecerem um melhor serviço aos usuários, tendo um resultado-produto bastante satisfatório.
O que falar então? O que de novo focar nesse momento cheio de transformações? Reflito e vejo que o foco precisa ser o ser humano. Não adianta biblioteca com rico acervo todo classificado e catalogado, biblioteca toda limpinha, organizada e até decorada de forma cativante, se ela não está apinhada de gente em busca de saberes, de dúvidas, de aprendizados, de realização de sonhos?
O ser humano que atua em biblioteca, não importa qual seja sua graduação, precisa amar o que faz, acreditar no poder transformador que a leitura tem e ser mediador de leituras, o tempo todo. E não aquele personagem robotizado que só anota empréstimos, recolhe livros entregues e os coloca no lugar! Olhe para o leitor, troque ideias sobre a leitura lida, aprenda com ele, pois muitas vezes você nem leu a obra ainda. Isso marcará o leitor e ele não esquecerá.
Com essa simples mudança de atitude, vários serviços de qualidade poderão ser realizados: manter acervos organizados e atualizados, criar hemerotecas que complementem as bibliografias, realizar recitais, encontros dialógicos, gincanas educativas, apresentações culturais, onde a literatura – o instrumento forte da biblioteca – tenha o seu lugar de destaque, isto é, casa com quaisquer atividades. O aprendizado se torna bem mais interessante, duradouro e apaixonante.
E que produtos podemos oferecer com essa mudança em nossa atitude de profissional que trabalha no melhor local de uma escola, se é que já não mudou... um professor atuante de biblioteca bem feliz, realizado, que se coloca no lugar do leitor, que dialoga com ele e que cresce com ele. E que, ao final do dia retorna à sua casa, cansado às vezes, mas com a cabeça fervilhando de boas ideias para por em prática no dia seguinte.
Se fosse continuar, encheria páginas e páginas contando as experiências resultantes dessa postura que já vivi e vivencio em muitas bibliotecas que ando mundo afora. Imagine minha cidade – Taguatinga – exemplo prático desse recado: biblioteca humanizada!
Dinorá Couto Cançado
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