Nem sempre são flores
Crônica de um fotógrafo desapontado
Desde 1º de julho, eu fiquei empolgado quando soube da proposta de participar de um concurso de fotografia. Acreditei que poderia dar certo e então decidi tirar fotos de paisagens lá do Plano Piloto, pois é lá que a arquitetura de Brasília se mostra.
Assim, todo risonho e motivado, c. om o apoio do meu cunhado lá fui eu na aventura. Sim, é uma aventura sair de Santa Maria e pegar mais de um ônibus para chegar ao Plano. A peripécia já começou ainda dentro do ônibus, meu cunhado, pouco experiente como um guia de um cego não me deu o apoio devido e de repente, eu me espatifei no chão do coletivo, e foi um tombo daqueles, um tombo de bunda. Mas tudo bem, o propósito era maior.
Chegando ao destino bati as fotos igualzinho ao que meu filho havia me ensinado. Meu cunhado sempre confirmava que eu tinha conseguido. Depois de tirar fotos da esplanada, fui até a Torre de TV e assim fiquei ainda mais satisfeito. Eu queria andar mais, porém o cunhado já cansado disse que era longe. Enquanto ele foi ao banheiro, fiquei ali pensando alto literalmente: “será que ficaram boas essas fotos?”. Uma senhora se aproximou de mim e curiosa perguntou: “O senhor é fotógrafo? ”. Quem me dera. Mas expliquei a ela da atividade da jornada, do curso da fotografia e tal. E disse ainda que estava insatisfeito pois gostaria muito de ter tirado uma foto do Pátio Brasil, mas não o faria por ser longe. Mas ela me disse que estava razoavelmente próximo, então eu e o cunhado fomos até lá. Fim da andança pelo Plano, de volta para a aventura de retorno para casa, os dois ônibus etc.
Ao chegar em casa, recorro à netinha: querida veja aí as minhas fotos. As fotos daquele grande dia estavam todas cortadas, ela me explicou que era como se estivessem todas cortadas ao meio. Nada estava inteiro, parecia mais uma 3x4 do que uma foto, assim eu percebi. Então decepcionado, chateado, pedi a ela para apagar tudo. Concluí que o problema das fotos cortadas poderia ter sido em razão de que o aplicativo que meu filho me havia ensinado a usar tenha desconfigurado na minha queda dentro do ônibus. Depois desse episódio, não tive como contar com a ajuda dos meus cunhados. E o prazo encerrou-se e eu não pude realizar a meu segundo projeto que era tirar fotos dos vendedores ambulantes de tempos de pandemia que passam na minha rua. E assim terminou o projeto de um aprendiz de fotógrafo.
Por Veridiano de Moura,
Texto transcrito por Girlane Florindo em 08/07/2021.
Caríssimos Veridiano e Girlane,
ResponderExcluirQue texto bem escrito revela um misto de sentimentos, que lindooo
Agora eu pergunto a você Veridiano:
Fotos para quê? Você fez a melhor e mais importante foto da sua alma, do seu coração, do belo ser humano você é!
Obrigada Girlane, por colocar essa preciosidade aqui para estou comovida.
Um forte abraço para os dois.