Horário de Brasília
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28/02/23
Apresentação do dia 28/2/23: Antonio Leitão
27/02/23
Apresentação do dia 27/2/23: António Wilson Ribeiro da Silva.
26/02/23
Apresentação do dia 26/2/23: Divina Bueno de Oliveira
25/02/23
Apresentação do dia 25/2/23: Jacson Xavier
24/02/23
Apresentação do dia 24/2/23: Zozimeire dos Santos Reis
23/02/23
Apresentação do dia 23/2/23: Fátima da Conceição
22/02/23
Apresentação do dia 22/2/23: Luiz Felippe da Silva Vaz
21/02/23
Apresentação do dia 21/2/23: Cínthia Fernandes
20/02/23
Apresentação do dia 20/2/23: Marcos Ribeiro dos Santos
19/02/23
Apresentação do dia 19/2/23: Éder Fonseca
18/02/23
Apresentação do dia 18/2/23: César Achkar Magalhães
SANGUE QUENTE
Essa é uma expressão que aprendi com a geração dos meus pais, uma expressão que sinaliza um alerta, uma área de perigo, e o momento de parar tudo buscando com urgência a racionalidade.
Lembro da minha mãe, quando nos aconselhavam a não agir sem pensar, a “nunca agir com o sangue quente”. Ou seja, no momento da raiva.
A probabilidade de fazermos uma besteira, algo que nos arrependamos depois, é muito maior na hora em que estamos com raiva, com o tal do sangue quente.
Vou trazer um bom exemplo disso, com uma história que reflete bem esta realidade, do problema de ser movido pela emoção, guiado pelo tal sangue quente.
Um dia Evandro dirigia seu corcel velho, com a esposa e filhos, em direção a um aniversário de criança. A família de algum dos amiguinhos de seus filhos os havia convidado.
Era o tipo de programa inconveniente para ele. Ter que sair de casa, num final de semana, para visitar pessoas que ele mal conhecia. Ter que cumprir aquelas etiquetas de bom comportamento, boa educação, e demonstrar simpatia e satisfação pelas pessoas. Sendo que na verdade, Evandro preferia ficar quieto em casa, de bermudas e havaianas, assistindo TV deitado no sofá.
Reuniram-se todos da família, Evandro, a esposa e os filhos, e seguiram a caminho do aniversário. Evandro com seu mau humor, a esposa com a paciência de sempre, e as crianças eufóricas, pulando e fazendo barulho, no banco de traz do Corcel velho.
Poucos minutos depois de sair de casa, dirigindo o carro velho, chegou a uma avenida bem movimentada. Ficou ali no entroncamento, esperando uma oportunidade para ingressar na via preferencial. Depois de mais de um minuto esperando, viu uma brecha no trânsito, e arrancouesticando as marchas do corcel velho, para pegar velocidade. E seguiu na avenida principal. Porém, mal alcançou a velocidade do fluxo dos outros automóveis, ouviu o carro de trás buzinando, e o motorista fazendo algum gesto, que não entendeu muito bem.
Evandro se irritou, e comentou com a mulher:
- Que sujeito mais estressado! Não tem como entrar nessa avenida, se não for assim, no arranque, se jogando entre os outros carros.
O sujeito buzinou novamente, e tornou a gesticular.
Evandro comentou:
- Que diabo! O que muda para ele? Eu entrei, estiquei as marchas, logo peguei velocidade... Ele teve que diminuir um pouco? Tá, mas já voltou a velocidade de antes. Pronto!
Novamente, ouviu o carro de traz buzinando.
Então se irritou, começou a xingar, botou o braço para fora da janela do carro, fazendo um gesto de “vá embora”.
O veículo buzinou novamente.
Evandro enfurecido, xingou novamente, e pôs a mão para fora da janela, só que dessa vez em um gesto mais ofensivo, com a mão fechada e o dedo mediano erguido. Em seguida, saiu da via preferencial, para uma transversal à sua direita, seguindo o caminho para a festa de aniversário.
Ouviu novamente a buzina. Era o mesmo carro de antes logo atrás do seu, que também dobrara à direita, seguindo o mesmo caminho. Evandro ficou enlouquecido, xingando nomes impronunciáveis, fazendo um gesto de quem chama o outro motorista para a briga, e diminuiu a velocidade, enquanto se deslocara para o acostamento. As crianças assustadas, seguiam em silêncio, enquanto sua mulher suplicava:
- Para com isso! Vamos embora! Olha o que você está fazendo, a confusão que está criando, desnecessária! E se esse cara estiver armado?!
Foi então que Evandro se deu conta, tanto do perigo eminente, quanto da sua própria imprudência, por ter agido impulsivamente.
Estava morrendo de medo, depois que sua mulher levantou a possibilidade do sujeito estar armado. Pois na verdade, tinha imaginado que ao bancar o “machão”, o outro sujeito é que fugiria com medo. E pensou: - E agora? E se esse cara estiver mesmo armado, e parar atrás de mim, e descer do carro...
Mas Evandro não podia mais recuar, e decidiu seguir blefando, bancando o destemido. Na esperança que o sujeito não estivesse armado, e recuasse. Além do más, o sujeito também podia pensar que ele é que estava armado, pensou. Então, parou o carro no acostamento.
O outro carro se aproximou, e parou logo atrás. Evandro desceu do carro, morrendo de medo. Mas, sem perder a pose, perguntou:
- Qual o problema?!
O outro motorista abriu a porta, e desceu do carro, porém não se deslocou. E de pé,atrás da porta, disse:
- É que a sua porta de trás direita está aberta. Eu tentei avisar... acho que você não entendeu, aí desviei meu caminho para avisar. Ví que tinha crianças no carro. Ainda bem que você parou! – Depois, sorriu, e entrou no carro.
- Ah tá... obrigado! – Disse Evandro extasiado. - Que vergonha! Pensou.
Voltou para o carro. A mulher e as crianças o olharam em silêncio, e seguiram viagem.
Pois é! Poderia ser uma tragédia, mas, nessa história, e por isso a escolhi, Evandro deu a sorte de aprender com seu erro, sem maiores consequências, apenas a vergonha de ter perdido a calma e a razão. E o sangue quente esfriou, sem nenhuma tragédia no final.
Por isso, quando perceber que a “temperatura subiu”, o sangue esquentou, “pisa no freio”, se acalma. O perigo não é externo, é você mesmo. Se corrija, antes que se arrependa de um erro e suas consequências, que poderiam ter sido evitados.
Brasília, 16 de fevereiro de 2023
César Achkar Magalhães
17/02/23
Apresentação do dia 17/2/23: Ricardo Nascimento
16/02/23
Relato do CarnaLivros, dia 15/2/2023, na visão de Dinorá
CarnaLivros ou Carnaval da sustentabilidade 2023
A palavra de ordem foi...SUSTENTABILIDADE! Um grupo de 40 Amigos do Braille reuniu-se para 2 eventos prévios na Bibliobraille, como carinhosamente é chamada a Biblioteca Braille Dorina Nowill – Taguatinga – Distrito Federal- Brasil: o lançamento de livro com 75 poemas, apoiado pelo FAC à Guilherme Machado e a entrega da moderna Mala do livro da SECEC à agente Dinorá Cançado pela equipe do programa da SECEC, com a gerente Maria José Lira. Após esses 2 momentos, parte do coletivo saiu à rua, para um trajeto carnavalesco chamado CarnaLivros da AIAB. U ma caminhada dançante da Bibliobraille até a sede da Academia Inclusiva de Autores Brasilienses - AIAB, a primeira e única no mundo, em formato itinerante, prestes a completar 6 anos e concorrendo ao tão sonhado Guiness Book.
Sem um policial para parar o trânsito, tentando fazer esse papel mas sem sucesso. Assim, esturricamos no sol abrasador até o sinal abrir, com pessoas sem as menores condições de andanças, mas com uma fé gigantesca de tudo dar certo (e deu, gente!) no CarnaLivros que aconteceu de maneira gratificante. Com um calor dos maiores que já vimos, às 10h30, o Bloco Amigos do Braille, formado de um vidente facilitador de uma pessoa com deficiência visual e outras (11 pares), enfrentou as maiores peripécias. Contando com músicas carnavalescas, alegria, personagens saídos dos livros e livro em Braille ou em tinta na mão de cada um.
Ao som do Baião da Acessibilidade, do violão de Salete Moreira, diretora de animação da AIAB, do pandeiro de Sidney Ferreira (membro titular), muita cantoria e saculejos dançantes, paramos em todos os sinais de trânsito. Tudo registrado por 4 acadêmicos que além de acudirem as dificuldades, carregavam coisas, amparavam alguns e quase carregando outros. Ao chegarmos ao Restaurante “Nas Nuvens – ponto de encontros para almoços das pessoas com deficiência visual, paramos um pouquinho à porta, ora dançando, tocando, cantando e conversando com o dono desse local tão querido. Passamos por um corredor tão fino, protegendo-nos da Avenida principal cheia de carros passando rente à grade, que cabia apenas uma pessoa de cada vez. Aí o cego ou o de baia visão punha a mão ao ombro de seu facilitador ou o de olhar solidário. Viramos a rua e chegamos à sede da AIAB, tão próxima para uma pessoa “dita normal”, mas para deficiente físico uma eternidade, tanto é que, na volta, houve votação para desistirmos de 2 visitas programadas no convite, pelo excesso do calor do meio dia e do cansaço, claro. Faixas, estandartes, painéis, livros, fantasias de personagens foram deixados de lado para entrarmos no clima solene do CarnaLivros, o que ocorreu na garagem, com todos á sombra numa roda inclusiva de pé, ainda.
Após a parte literária, com ações inovativas e inclusivas, todos os 22 resilientes conheceram a tão esperada Sala da AIAB ornamentada com a Árvore da Sustentabilidade, o ipê laranja da AIAB, com outros apetrechos sustentáveis compondo o cenário literário. Cada dupla deixou-se fotografar nesse maior exemplo de árvore fênix que recebe as maiores exposições além fronteiras do DF de Autores inclusivos, provando que, a simplicidade que é a principal característica da AIAB cativa e a sustentabilidade é possível. Um “Coletivo de Amor”, com definiu Adma Oliveira, pessoa com dislexia e baixa visão.
Muita água e refrigerante na AIAB, pois o cachorro quente saboreado na Bibliobraille antes fortaleceu o grupo até à volta com nova rodada de cachorro para quem não tinha o seu almoço. Ao descansarmos um pouco, cada um retornou às suas casas. Contamos com funcionários da Bibliobraille e voluntários nessa edição do CarnaLivros, todos membros dessa Academia Inclusiva, exemplo de inclusão social no mundo, que fará parte de nossa história de superações, ao longo de 27 anos .
Por Dinorá Couto Cançado
Idealizadora do CarnaLivros/Presidente da AIAB
Em 15/2/23.
Confiram alguns momentos...nas fotos e vídeos postados no blog
1. Cenas do CarnaLivros na rua.
2. Cenas na sala da AIAB
3. Cenas de momentos com o poeta Guilherme em seu lançamento no grupo Amigos da Palavra, de Ivan Braga, na Bibliobraille, antes do CarnaLivros.
5. Cenas do momento mais esperado e festejado: a entrega da Mala do Livro, à nova agente Dinorá Cançado, em 15/2/23, 10 h, pela equipe da SECEC, na Bibliobraille, recebida pela agente Dinorá e Eliane Ferreira...
Participantes do dia 15/2/23:
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