Horário de Brasília

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28/02/23

Cine AD na Bibliobraille

Pod Cast Cine AD

https://youtu.be/vdK4jA4cDZ8













 

Apresentação do dia 28/2/23: Antonio Leitão


Relações humanizadas

Antonio Leitão
Núcleo Bandeirante - DF - Brasil

Culpado, ou inocente; vitima, ou algoz; fisiologia, ou ideologia; critica, ou elogio; quente, ou frio; direita, ou esquerda; na verdade, a dialética só serviu para legitimar o maniqueísmo; que insiste em nos obrigar a achar que a vida se resume em dois lados: eles, contra nós. Ainda bem, que os extremos se encontram; não vão de encontro. Com isso, acabam se juntando, querendo, ou não. E são estes encontros que constroem simbioses de reciprocidades, na medida em que as pessoas se convencem de que: ninguém é tão pobre, que não possa ajudar a alguém; da mesma forma, que não existe ninguém tão rico, que não precise da ajuda de alguém. Assim, a divisão de compromissos e responsabilidades, faz com que todos se sintam parte do todo, para o exercício do protagonismo coletivo, onde havendo uma educação que forme consciências interpretativas, conforme as diversidades funcionais de cada um, cada um faz aquilo que suas potencialidades e fragilidades, incentivadas e protegidas, faz aquilo que lhe for possível, de mãos dadas, porque ninguém faz nada sozinho. E, já que ninguém faz nada sozinho, o respeito, a humildade e a transparência, são componentes fundamentais para que se construa relações qualitativas, humanizadas e duradouras. Só lembrando que só é considerada relação aquela convivência com cara de via de mão dupla, baseada na velha frase de Francisco de Assis: "é dando que se recebe".

27/02/23

Apresentação do dia 27/2/23: António Wilson Ribeiro da Silva.


Um Olhar Tátil

António Wilson Ribeiro da Silva
Barra do Corda - MA - Brasil

Acreditar em si mesmo não é uma questão de orgulho, mas sim de dignidade. É possível que a frase “acredite em si mesmo” pareça um título de livro de autoajuda! Mas para uma pessoa com deficiência visual, ela representa uma oportunidade. Tantos acreditam que a cegueira é um fim! Mas, na verdade, é apenas um recomeço. Em Brasília, tantos brasileiros com algum tipo de deficiência encontraram uma oportunidade de lutar e sonhar! Lúcio Costa e Oscar Niemeyer acreditaram em um sonho. Juscelino Kubitschek teve a ousadia de nutrir este sonho e por meio dele, hoje, podemos ver com o tato, a beleza desta capital. Em 1955, Juscelino Kubitschek é eleito presidente e coloca a construção de Brasília como uma meta. A grandiosidade desta construção idealizou o principiar de uma nova etapa nas vidas de tantos brasileiros. Agora, vamos observar um olhar de um cego sobre a beleza do Distrito Federal. Em 21 de abril de 1960, nasce nossa Brasília. Sua beleza nos garante tranquilidade e segurança, às vezes confunde muita gente que se questiona sobre o formato da capital! Será que é um Avião ou borboleta? No meu idealismo é apenas um sinal da cruz! Más seu urbanismo moderno nos provoca imaginar a beleza de uma borboleta, a magnificência de um avião, sendo tudo isto uma suntuosidade de um olhar. O esplendor de Brasília nutriu vitórias e aprendizagens, a dualidade nos eixos leva a cada cidadão ou cidadã com deficiência visual desenvolver um mapa tátil e esta ação vem guiar esses moradores com eficiência pelas asas de uma borboleta ou avião.
O processo de procurar semelhanças no formato de uma cidade com objetos que completam nossas necessidades nos leva ao um sentimento de pertença. A amplidão de um sonho construiu novas perspectivas e quebrou tantos paradigmas. A acessibilidade da sociedade vem demonstrando que nossa capital é inclusiva.
A locomoção COM UMA BENGALA NÃO É SIMPLES! A orientação e mobilidade NASCEM PRIMORDIALMENTE, NOS CORAÇÕES DE CADA BRASILIENSE QUE ACEITA E ESBOÇA EM CADA AÇÃO E PROJETO UM JEITO DELICADO DE CONDUZIR CADA PASSO COM AMOR.
Brasília, seu urbanismo, sua arquitetura são importantes, somos desbravadores com um olhar diferente, você é uma cidade longe do mar, mas perto das estrelas, sobre os teus montes, edifícios de ouro foram construídos, tendas humildes e pequeninas são elevadas na tentativa de desenvolver grandiosos sonhos. Minha Brasília, tu és uma cidade que fugiu das ondas e das praias para ficar vizinha das estrelas e, desta forma, fortaleceu o olhar de tantos deficientes visuais, você é um caminho que vem do Passado e vai ao Futuro, que leva cada cidadão nos braços, guiando para um desejo e devaneios. Pelo sinal da Santa Cruz que imagino seu formato aclamo e declamo meu amor por esta bela cidade que foi construída do fluxo e refluxo das forças que dão o poder e, ao mesmo tempo, desenvolve a inclusão de cada morador, seja deficiente ou não, tu és o ímã para a limalha de aço do trabalho e a esperança para muitos corações.

26/02/23

Apresentação do dia 26/2/23: Divina Bueno de Oliveira


Um pouquinho da minha vida
Divina Bueno de Oliveira
Uberlândia - MG - Brasil

Eu me chamo Divina Bueno de Oliveira. Tenho 48 anos, sou cega, desde os 13 anos. Nasci com glaucoma, porém até esta idade, enxerguei um pouco. Era considerada baixa visão. Aos 13 anos, perdi minha mãe e por conta dessa perda meu lado emocional foi muito afetado. Foi, então, que me tornei cega total.
Vivi em Brasília, durante muito tempo. Quando me mudei para lá, tinha apenas 2 anos de idade. Lá, como em qualquer lugar, passei por muitos momentos ruins, mas também por muitos momentos bons. Tive o privilégio de conhecer o CEEDV - Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais. E, também, tive o privilégio de conhecer a Biblioteca Braille de Taguatinga, onde participei do Projeto Luz & Autor em Braille com texto publicado na coletânea Revelando Autores em Braille. Ainda, tive o privilégio maior de conhecer muitas pessoas maravilhosas que pude trazer para minha vida. Lá tive muitos amigos, muitos amores, mas sentia que queria mais. Foi então que, em uma das viagens que fiz jogando golball, conheci aquele que seria o grande amor da minha vida, o Adriano. Alguns meses depois de nos conhecermos, resolvi me jogar de cabeça nesse amor. Então me mudei para Uberlândia, em outubro de 2000. Aqui, também, tive muitos momentos complicados, mas, também, tive muitos momentos felizes, nos casamos em 2001 e, infelizmente, perdi um bebê em uma gestação de 9 semanas. Logo depois, Deus me presenteou com a Júlia, minha primeira filha. Então, depois de algumas outras perdas em outras gestações complicadas, Deus, mais uma vez, me deu mais duas bençãos que são o Gabriel e a Milena. Hoje, a Júlia tem 19 anos, já terminou o ensino médio e está trabalhando; o Gabriel tem 15 anos, está no primeiro ano do ensino médio e a Milena tem 12 anos e está no sétimo ano do ensino fundamental. Os quatro são bençãos na minha vida, são presentes que Deus me deu! Mesmo eu sabendo que não mereço tanto, mas com a sua misericórdia e o seu amor infinito, Ele me presenteou, Hoje, temos a nossa casa própria, eu trabalho como assistente administrativa, o meu esposo trabalha como massoterapeuta em dois empregos e para aqueles que me perguntam ou me perguntariam se eu sou feliz... ah, sou sim, muito feliz, apesar de ter tido muitas dificuldades, ter perdido a minha mãe. Depois que cheguei em Uberlândia, descobri, infelizmente, que meu pai, aquele que me abandonou com 15 anos de idade, também, havia falecido. Fiquei muito triste, muito mesmo, pois o meu orgulho, a mágoa que persistia em guardar, durante tanto tempo, não me deixaram procurar por ele. Hoje, sei que tudo isso é uma grande bobagem, pois, se eu tivesse procurado por ele, a minha felicidade seria maior ainda, pois ele teria tido a chance de conhecer a minha família tão linda que eu amo tanto, mas são coisas que não voltam atrás e que, infelizmente, eu não posso consertar. Hoje, tenho a consciência de que a mágoa, o orgulho não servem para nada nas nossas vidas e continuo aqui, seguindo a minha vida, trabalhando, procurando sempre aprender mais e mais e agradeço a oportunidade de poder contar um pouquinho da minha vida.

25/02/23

Apresentação do dia 25/2/23: Jacson Xavier


Música

Jacson Xavier.
Patos de Minas - MG - Brasil

Canto acalanto,
som dos pássaros no céu,
a gente se alegra,
dança,
canta,
sonha,
viaja.

Seus acordes e ritmos movimentam praças,
igrejas,
ruas,

Ela chamada de:
samba,
chorinho,
regue,
gospel,

baião,
universalmente, salve a música!.

24/02/23

Apresentação do dia 24/2/23: Zozimeire dos Santos Reis

Um pouco de Zozimeire
Zozimeire dos Santos Reis
São Sebastião - DF- Brasil

Meu nome é Zozimeire dos Santos Reis, nascida no Belém do Pará, em 26/06/66. De 16 filhos, sou a única com deficiência visual, meus pais não tinham conhecimento da minha deficiência.
Comecei a estudar com 7 anos, não enxergava nada da lousa, de onde eu me sentava. Levantava-me e ia para perto do quadro, para enxergar melhor. Meus colegas gritavam:
- Sai da frente, ceguinha.
Eles também queriam enxergar e eu atrapalhava, tentei de tudo até desistir , pois sentia vergonha e não queria atrapalhar ninguém. Não me considerava cega, afinal eu via vultos.
Apanhei muito dos meus pais por não enxergar, não conseguia colocar uma linha numa agulha, por exemplo.
Aos 17 anos, engravidei e machuquei muito meu bebê, depois que nasceu, ao trocar fraldas. Na época a fralda era de pano e fechava com alfinete.
Tive 4 filhos e em 2003 chegamos em Brasília.
Aqui conheci um casal de cegos que me incentivou a estudar. Eu ainda não sabia qual era meu problema visual, porém aceitei o desafio. Fiz o curso de massoterapia, fiz o 2o grau, com a ajuda de várias pessoas, voluntários e funcionárias da Biblioteca Braille. Cheguei à Faculdade decServiço Social.
Tornei -me diretora - sócio cultural da ABDV- Associação Brasiliense de deficiente visuais. Trabalho com o passe livre, ajudando conhecidos e quantos precisem. Levo quem precisa para se consultar e caso esteja internado fico cuidando também.
Ajudo com os que precisam com relação a aposentadoria/benefício.
Faço parte do projeto: " De olho no Lance" no qual participo como atriz e sou membro da diretoria colegiada deste projeto. Participo do coral do grupo. Também participo da Sociedade Bíblica desde 2015, da Biblioteca Braille, desde 2005 e da AIAB desde 2017.
Com o perfil agregador, faço festas, cozinho e organizo festas com colaboração dos colegas. Hoje sei qual é a minha deficiência, é retinose pigmentar, mas nunca fiquei totalmente cega. Apenas enxergo vultos e assim posso realizar meus sonhos e dos amigos, resolver meus problemas e de outras colegas. Eu já tenho, também, cinco netos e dois bisnetos.

23/02/23

Apresentação do dia 23/2/23: Fátima da Conceição

 

A primavera
Fátima da Conceição Mendes
Taguatinga - DF - Brasil

É para mim, sem sombra de dúvida,
a primavera, a estação mais bela,
pois nela, tudo se renova,
tudo se refaz, tudo se transforma.
Na sua chegada, a chuva cai,
o frio sai, o sol esquenta,
o calor aumenta, os dias se prolongam,
os campos enverdecem,
as flores aparecem perfumando,
colorindo todos os ambientes
e enchendo de alegria o coração da gente.
Muito felizes as feras dos campos
deixam suas tocas,
as aves e pássaros saem dos seus ninhos
e todos vão celebrar e comemorar
a chegada da estação,
daquela que é chamada: a estação das flores

22/02/23

Apresentação do dia 22/2/23: Luiz Felippe da Silva Vaz


Minha história de vida

Luiz Felippe da Silva Vaz
Riacho Fundo II -DF - Brasil

Meu nome é Luiz Felippe da Silva Vaz. Tenho 22 anos, nasci no dia 28 de fevereiro de 2000 no HMIB - Hospital materno infantil de Brasília. Gosto bastante de música, toco guitarra. Gosto bastante de cozinhar e, também, fiz curso de auxiliar de cozinha. Quero fazer faculdade de gastronomia. Tenho um filho de 7 anos, ele se chama Daniel. Hoje, moro no Riacho Fundo II, em Brasília - DF com minha mãe e meu padrasto. Trabalho no Atacadão dia a dia do SIA - Setor de Indústrias Gráficas, desde o ano passado. Estou gostando bastante dessa experiência.

21/02/23

Apresentação do dia 21/2/23: Cínthia Fernandes


FAMÍLIA SENDO FAMÍLIA.

Cínthia Fernandes
Ceilândia - DF - Brasil

Um casal chega em sua casa. Felizes por estarem voltando com sua filha recém-nascida e prematura em seus braços. Foram momentos de pura incerteza, mas o mais importante era saber que, apesar de tudo, aquela pequena garota estava ali naquela casa com eles.
Juravam amor eterno, depois de terem sofrido tanto com a incerteza que aquele momento tão especial iria chegar. Foram tantos questionamentos, tantas mentiras, que ter aquele bebê ali era uma mistura de sentimentos, que tudo se tornava insignificante ao enorme prazer em estarem vivenciando aquele instante na vida daquela criança tão guerreira.
A escolha de um nome, que pudesse significar tudo o que aquela criança era pra eles, foi uma missão complicada, pois era difícil poder descrever em um simples nome tudo o que aquela pequena guerreira significava a todos ao seu redor. Diante a tamanha dúvida, a escolha foi feita, o nome ideal seria Vitória.
Vitória, não só por ela ter passado por tantas dificuldades em seu nascimento, mas Vitória também por eles poderem compartilhar enorme alegria em ter aquele anjinho do lado deles.
em forma de gente.
Excesso de proteção talvez, mas o querer proteger aquele ser indefeso era a maior vontade daquela família que não queria passar de novo por tudo o que passaram, porém se fosse preciso reviver tudo aquilo de novo, enfrentariam, prontamente sim, pois agora eles estavam mais experiêntes naquela situação. E estavam juntos como uma boa família, família sem perfeições, mas uma família que o amor era maior do que qualquer obstáculo da vida.

Cinthia P. C. Fernandes.

20/02/23

Apresentação do dia 20/2/23: Marcos Ribeiro dos Santos

A Bela


Marcos Ribeiro dos Santos
Taguatinga - DF - Brasil


Lá vai ela
Toda bela
Com sorriso de Cinderela
Quem será ela?

Gabriela, Rafaela, Cinderela...
Só sei que é bela.
Uma flor em plena primavera
Lá vai ela
Fazendo da rua uma passarela
Exibindo sua beleza
Tornando a vida mais bela.



19/02/23

Apresentação do dia 19/2/23: Éder Fonseca

 O Divórcio

Éder Fonseca
Riacho Fundo II - DF - Brasil

Três batidas, um minuto depois e ninguém apareceu, então mais duas batidas. Toc Toc! Trinta segundos e nada, aí a mão incontrolavelmente vai de encontro a madeira oca, mas é surpreendida pelo som da chave girando na fechadura. E quando o quinhentos e quinze se abre revela.

— Maria Augusta?

— Sim, Carlos Daniel, sou eu!

— Ah, sim, claro, você tá aí né?

— Sim, eu moro aqui, esqueceu?

— Não, não Maria Augusta, de forma alguma!

— Então o que te trouxe aqui, parece que você tá meio ofegante?

— Ah, sim claro! É que eu já estava descendo as escadas, quando eu ouvi um copo se quebrando, na verdade pareciam ser vários copos, aí voltei correndo!

— Ah tá, mas não se preocupe, foi só um esbarrão e aí já viu né? Toda a bandeja foi pro chão!

— Mas você tá bem, não cortou?

— Não, não, tá tranquilo, pode ir de boa!

— Tomara que não tenha sido aquele jogo de cristais que eu te dei?

— Não, na verdade foi aquele jogo de copos de requeijão que sua mãe te deu e você não quis!

— Sério? Bom, mas se você quiser te ajudo a catar os cacos...

— Não, tudo bem, eu já tenho quem me ajude!

— E quem é?

Ele tenta olhar por cima dos ombros da moça...

Uma voz atrás da porta...

— Ei, peraí, essa voz eu conheço! E Carlos Daniel empurra a porta.

— João Marcelo?

— Oi Carlos! — responde João Marcelo com a vassoura na mão.

— O que você faz aqui, João?

— É... Então...! — Maria Augusta interrompe.

— Ele está aqui me ajudando nesses dias difíceis!

— Ajudando com o quê, Maria Augusta?

Ela gargalha.

— Desde quando eu lhe devo satisfações, Carlos Daniel?

— Apunhalado pelas costas pelo meu melhor amigo!

— Calem a boca! Alguém gritou de algum apartamento.

— Para de show, Carlos Daniel; sussurra Maria Augusta.

— Ninguém aqui te apunhalou, nós não devemos explicação a você ou a alguém desse prédio ou de qualquer outro lugar!

— Então por que você tá falando baixinho?

Ela puxa Carlos Daniel para dentro do apartamento e fecha a porta.

— Fique você sabendo que eu estou na minha casa, e nela trago quem eu quiser!

— Mas tinha que ser o meu melhor amigo, Maria Augusta?

— Mas ele também é meu amigo!

— Hoje, pra mim, ele não passa de um traidor. Judas!

— O João Marcelo me convidou pra almoçar e eu aceitei!

— Como assim, te convidou pra almoçar?

— Sim, convidou, algum problema nisso?

— Mas te convidou pra almoçar na sua casa?

— Olha Carlos Daniel, você tá parecendo o Roberto Carlos, se apega muito em detalhes, mas hoje não estou com tempo e nem paciência pra explicar!

Maria Augusta sai para a área de serviço e deixa os dois homens se, encarando na sala.

— Como você pode João Marcelo? — fala Carlos com as mãos na cabeça e os olhos lacrimejando.

— Cara, eu não...

João Marcelo tenta dizer, mas é interrompido pela ira de Daniel que parte para cima do amigo.

— Eu devia te enforcar; te espancar com essa vassoura; e, quem sabe, pra encerrar, te jogar no poço do elevador!

Maria Augusta se enfia entre os dois.

— Não, não, não! Ninguém aqui vai fazer nada com ninguém.

— Eu concordo! Diz João Marcelo.

— Cala a sua boca, seu traidor! Fala Carlos.

— Mas de toda forma, aqui não tem elevador! Diz João Marcelo enquanto sorria pensando nisso.

— Cala a sua boca João! — disse juntos, Maria Augusta e Carlos Daniel.

— Olha só, explica Maria Augusta, o João veio pra cá para me fazer companhia. Há muito tempo eu estou sozinha!

— Mas já te falei, eu estou sempre aqui pra você!

Augusta respira fundo.

— Carlos, nós não estamos juntos há anos, na verdade nem existe mais nós!

— Foi ele, aposto que foi ele quem fez a sua cabeça! Diz Carlos Daniel apontando o dedo para João Marcelo que está escondido atrás de Maria Augusta.

— Não tem nada a ver Daniel! — fala Maria.

— Claro que tem. Ele é um traidor, nós tínhamos um trato!

— Que trato João Marcelo? Ela quer saber.

— É, pois é, que trato? — balbucia querendo saber João Marcelo.

— Não se faça de desentendido. Nós tratamos que nunca iria ficar com a mulher um do outro!

— O quê? Nós tínhamos onze anos Daniel!

— E daí? Nosso trato era vitalício!

— Eu estava com os dedos cruzados!

— Tá vendo Maria Augusta, esse cara é inconfiável!

— Você tá falando sério João Marcelo? Fala Maria encarando o sujeito. João Marcelo, entorta o pescoço e esfrega a mão na nuca.

— É, eu tenho assim uma vaga lembrança, mas talvez tenha me confundido!

— Mas escuta Carlos Daniel, que história é essa de eu ser sua mulher?

— Ué, é, não é?

— Claro que não Daniel. Separamos “há dez mil anos atrás!”

— “Não precisa tá junto pra tá perto!”

— Tá vendo, você não desapega!

— Não é bem assim!

— Ah, não? Cara eu não posso postar nada nos stores que você aparece, se deixo nos status que tô no banheiro, você comenta, quando eu gravo um vídeo na zumba, lá vem você e diz: “Nossa minha gata como você tá linda!”. Isso é desapegar?

— Fique sabendo que há quinze dias, eu nem vejo o que

você postou!

— Eu te bloqueei!

— Sério? — engoliu seco. — Nem percebi, tá vendo?

— Carlos Daniel, eu te pedi o divórcio há anos!

— Ei, se tem divórcio, então tecnicamente, ela não é sua mulher!

— Claro que é, eu não assinei o divórcio!

— Sabe Daniel, você assinou sim!

— Assinei? — ele franze a testa.

— Há duas semanas!

— Você também me enganou?

— Não você que sempre assinou tudo sem ler. Eu disse que isso um dia poderia te complicar!

— Mas você me disse que era um abaixo assinado pra instalar um elevador aqui no prédio!

—Não fique assim, — ela apoia as duas mãos nos ombros de Daniel, — você participou do abaixo assinado, mas lembra quando você me perguntou para que servia aquele papel crepom entre as folhas, e eu disse que tinha que ter uma cópia? Pois é, embaixo dele estava a minha liberdade!

— Olha Maria Augusta, eu esperava de qualquer pessoa, mas de você... logo de você!? — Carlos sacode a cabeça com decepção. — Vocês, deveriam ser atores. — aponta ele para João Marcelo. — Você, seu traidor, você cairia bem no papel de Jeremias, — olha ele para Augusta com a testa franzida, — você ficaria perfeita como Maria Lúcia, e eu... claro que seria João de Santo Cristo! — desanimado procura um assento. — Acho que não estou bem!

João Marcelo e Maria Augusta amparam Daniel e o levam até uma poltrona.

— Sente-se aqui! — disse João.

— Calma, calma, respira Carlos Daniel! — Augusta faz um carinho na cabeça de Daniel.

— Não sei como pode ficar com um cara que morou com a mãe até os quarenta anos, Maria Augusta!

— Nossa, como você é machista Daniel!

— E tem mais, eu não moro com a minha mãe, não mais!

— Mas você falou pra Maria, porque você mudou de lá?

— E para quê que eu ia dizer, o que é que tem a ver?

— É João Marcelo, me diz aí, agora quero saber o porquê da sua saída de lá! — Maria Augusta, cruza os braços franze o senho e encara João!

— Então meu amor, saí por que achei que já era hora de respirar novos ares!

— Ele saiu por que foi colocado pra fora!

— Não foi bem assim!

— Ah não, então como foi, João Marcelo? — interroga Maria Augusta. João Marcelo arregala os olhos.

— Ele foi expulso!

— Expulso?

— Não foi bem assim! — João Marcelo deixa escapulir um sorriso amarelo. — Ah, eu te mato, seu...! — completa falando entre os dentes.

— É João, fala pra ela!

— Olha só, minha mãe apenas sugeriu que eu saísse para procurar emprego, quem sabe uma namorada e quiçá até conhecer o mundo!

— Conhecer o mundo sem trabalhar, João Marcelo? — ela esfrega as mãos no rosto. — Achei que você tinha mudado, e foi o que você me disse, e o que é pior, você disse que toda essa mudança de atitude era por mim!

— Ah, você acreditou? — gargalha Daniel.

— Olha só, quer saber...? — Augusta caminha até a porta do apartamento. — Fora daqui todos vocês! —com o braço. Ela indica a saída.

João Marcelo pega sua mochila no canto do sofá, acerta as alças nos ombros, caminha até a porta e para enfrente a Maria Augusta, mas ela não devolve o olhar. Carlos Daniel, levanta devagar da poltrona e segue até a saída, faz menção de parar, mas ela o empurra para fora da sala.

Os dois sujeitos do lado de fora se entreolham, e a porta bate ao lado deles.

— E agora, pra onde vamos? — pergunta João.

— Não sei você, mas eu vou voltar pra minha casa!

Eles começam a caminhar quando surge na escada vindo de baixo um sujeito de terno e gravata com uma mala preta em uma mão e na outra carregava uma flanela xadrez.

— Srs. Que bom vê-los aqui! — o homem esfrega a flanela na testa. Os dois homens observam a cena. — Ah, isso? — sacode o pano. — Coisas da minha mulher. Aí sabe como é, a gente acaba concordando pra não arrumar confusão, mas falando nisso...! Por um acaso vocês sabem onde fica a porta quinhentos e onze?

— Sim, eu moro lá!

— Ah que ótimo! Por um acaso você é o Carlos Daniel? — fala o homem de terno lendo uma folha ao abrir a pasta.

— Sim, sou eu!

—Maravilha! Vou economizar uma caminhada. — o Sr. tira alguns papeis da maleta e puxa uma caneta azul do bolso de dentro do terno. — Olha só Sr. Daniel, sou oficial de justiça e preciso que você assine aqui. — Daniel assina. — Aqui também! — o oficial confere e destaca uma via e entrega a Daniel. — Tá aqui sr. boa tarde aos dois! —

Daniel e João Marcelo olham fixamente para o papel. —

Caras, vocês têm que fazer um abaixo assinado pra colocarem um elevador aqui! — fala o Sr. de terno

enquanto descia as escadas.

— O que diz aí Daniel?

“Sr. Carlos Daniel da Silva, é necessário que desocupe o imóvel referido no caput deste documento, em até quarenta e oito horas ou sofrerá ação de despejo sem aviso prévio”— leu Daniel.

— Cara, o que eu vou fazer agora?

— Bom, você eu não sei, mas me bateu uma saudade do feijão da minha mãe!

Vinte e quatro horas depois, uma campainha tocafreneticamente.

— Calma, calma. Parece que vai tirar o pai da forca, eu hein! — uma Sra. abre a porta rapidamente. Depois de alguns segundos boquiaberta, com palavras entrecortadas ela consegue dizer:

— Carlos Daniel, o que faz aqui? — ele sorri.

— Ah mãe, vim lhe visitar, não posso? — abre os braços e abraça a mãe.

— Claro que pode meu filho, mas é que você não fala comigo há uns oito anos. Nem se quer um zap, e além de tudo disse que não voltaria mais a esse lugarzinho?

— Mãe, isso são águas passadas!

— Sei, e essas malas?

— Ah, não se preocupe, vou ficar só esse fim de semana!

— Vou pedir para o Jorge Henrique ajudar aqui!

— Quem é Jorge Henrique?

— Meu Namorado!

— Como assim, mãe, seu namorado?

— Sim, meu namorado!

— Mãe, você já esqueceu o papai?

— Carlos Daniel, seu pai já morreu há mais de dez anos!

— Tá vendo, por isso eu não queria voltar aqui, a sua memória afetiva é muito curta!

Brasília, fevereiro de 2023

18/02/23

CarnaLivros da AIAB na rua, com pré e pós eventos


 

Apresentação do dia 18/2/23: César Achkar Magalhães


                                                                       SANGUE QUENTE


Essa é uma expressão que aprendi com a geração dos meus pais, uma expressão que sinaliza um alerta, uma área de perigo, e o momento de parar tudo buscando com urgência a racionalidade.

Lembro da minha mãe, quando nos aconselhavam a não agir sem pensar, a “nunca agir com o sangue quente”. Ou seja, no momento da raiva.

A probabilidade de fazermos uma besteira, algo que nos arrependamos depois, é muito maior na hora em que estamos com raiva, com o tal do sangue quente.

Vou trazer um bom exemplo disso, com uma história que reflete bem esta realidade, do problema de ser movido pela emoção, guiado pelo tal sangue quente.

Um dia Evandro dirigia seu corcel velho, com a esposa e filhos, em direção a um aniversário de criança. A família de algum dos amiguinhos de seus filhos os havia convidado.

Era o tipo de programa inconveniente para ele. Ter que sair de casa, num final de semana, para visitar pessoas que ele mal conhecia. Ter que cumprir aquelas etiquetas de bom comportamento, boa educação, e demonstrar simpatia e satisfação pelas pessoas. Sendo que na verdade, Evandro preferia ficar quieto em casa, de bermudas e havaianas, assistindo TV deitado no sofá.

Reuniram-se todos da família, Evandro, a esposa e os filhos, e seguiram a caminho do aniversário. Evandro com seu mau humor, a esposa com a paciência de sempre, e as crianças eufóricas, pulando e fazendo barulho, no banco de traz do Corcel velho.

Poucos minutos depois de sair de casa, dirigindo o carro velho, chegou a uma avenida bem movimentada. Ficou ali no entroncamento, esperando uma oportunidade para ingressar na via preferencial. Depois de mais de um minuto esperando, viu uma brecha no trânsito, e arrancouesticando as marchas do corcel velho, para pegar velocidade. E seguiu na avenida principal. Porém, mal alcançou a velocidade do fluxo dos outros automóveis, ouviu o carro de trás  buzinando, e o motorista fazendo algum gesto, que não entendeu muito bem.

Evandro se irritou, e comentou com a mulher:

- Que sujeito mais estressado! Não tem como entrar nessa avenida, se não for assim, no arranque, se jogando entre os outros carros.

O sujeito buzinou novamente, e tornou a gesticular.

Evandro comentou:

- Que diabo! O que muda para ele? Eu entrei, estiquei as marchas, logo peguei velocidade... Ele teve que diminuir um pouco? Tá, mas já voltou a velocidade de antes. Pronto!

Novamente, ouviu o carro de traz buzinando.

Então se irritou, começou a xingar, botou o braço para fora da janela do carro, fazendo um gesto de “vá embora”.

O veículo buzinou novamente.

Evandro enfurecido, xingou novamente, e pôs a mão para fora da janela, só que dessa vez em um gesto mais ofensivo, com a mão fechada e o dedo mediano erguido. Em seguida, saiu da via preferencial, para uma transversal à sua direita, seguindo o caminho para a festa de aniversário.

Ouviu novamente a buzina. Era o mesmo carro de antes logo atrás do seu, que também dobrara à direita, seguindo o mesmo caminho. Evandro ficou enlouquecido, xingando nomes impronunciáveis, fazendo um gesto de quem chama o outro motorista para a briga, e diminuiu a velocidade, enquanto se deslocara para o acostamento. As crianças assustadas, seguiam em silêncio, enquanto sua mulher suplicava:

- Para com isso! Vamos embora! Olha o que você está fazendo, a confusão que está criando, desnecessária! E se esse cara estiver armado?!

Foi então que Evandro se deu conta, tanto do perigo eminente, quanto da sua própria imprudência, por ter agido impulsivamente.

Estava morrendo de medo, depois que sua mulher levantou a possibilidade do sujeito estar armado. Pois na verdade, tinha imaginado que ao bancar o “machão”, o outro sujeito é que fugiria com medo. E pensou: - E agora? E se esse cara estiver mesmo armado, e parar atrás de mim, e descer do carro...

Mas Evandro não podia mais recuar, e decidiu seguir blefando, bancando o destemido. Na esperança que o sujeito não estivesse armado, e recuasse. Além do más, o sujeito também podia pensar que ele é que estava armado, pensou. Então, parou o carro no acostamento.

O outro carro se aproximou, e parou logo atrás. Evandro desceu do carro, morrendo de medo. Mas, sem perder a pose, perguntou:

- Qual o problema?!

O outro motorista abriu a porta, e desceu do carro, porém não se deslocou. E de pé,atrás da porta, disse:

- É que a sua porta de trás direita está aberta. Eu tentei avisar... acho que você não entendeu, aí desviei meu caminho para avisar. Ví que tinha crianças no carro. Ainda bem que você parou! – Depois, sorriu, e entrou no carro.

- Ah tá... obrigado! – Disse Evandro extasiado. - Que vergonha! Pensou.

Voltou para o carro. A mulher e as crianças o olharam em silêncio, e seguiram viagem.

Pois é! Poderia ser uma tragédia, mas, nessa história, e por isso a escolhi, Evandro deu a sorte de aprender com seu erro, sem maiores consequências, apenas a vergonha de ter perdido a calma e a razão. E o sangue quente esfriou, sem nenhuma tragédia no final.

Por isso, quando perceber que a “temperatura subiu”, o sangue esquentou, “pisa no freio”, se acalma. O perigo não é externo, é você mesmo. Se corrija, antes que se arrependa de um erro e suas consequências, que poderiam ter sido evitados.

                                                                         Brasília, 16 de fevereiro de 2023

                                                                                      César Achkar Magalhães

17/02/23

Apresentação do dia 17/2/23: Ricardo Nascimento


Músico em evolução
Meu nome é Ricardo José do Nascimento, nasci em 15 de abril de 1975.
Desde quando eu me entendi como pessoa, conheci um dom esportivo e gostando deste dom, comecei a praticar.
Com 5 anos de idade, já jogava futebol e era muito bem visto pelos olheiros, comecei a me destacar. Aos 10 anos já jogava alguns torneios. O interessante do início dessa jornada, era a forma com que os jogadores produziam os uniformes, cada um trazia de casa uma camiseta branca e o grupo se reunia pintando com tinta guache, os números e as posições, eu era o centro avante. Ganhamos vários troféus e campeonatos, conseguindo chegar até o juniores.
Com 36 anos perdi a visão, mais tarde encontrei outro dom, aos 40 descobri a música, como eu já gostava de cantar, juntei tudo e hoje me considero um músico em evolução, isso tudo aconteceu dentro da Biblioteca Braille Dorina Nowill.
Para minha surpresa mais, comecei a escrever fábulas e contribuo com os eventos e as atividades desse lugar que me acolheu e transformou minha vida. Assim, me sinto parte dessa família que acrescenta muito a mim em todos os níveis, recebo muito, mas também posso retribuir. Sou membro da AIAB- Academia Inclusiva de Autores Brasilienses e estou a cada dia me aperfeiçoando mais.

16/02/23

Relato do CarnaLivros, dia 15/2/2023, na visão de Dinorá

                       CarnaLivros ou Carnaval da sustentabilidade 2023

A palavra de ordem foi...SUSTENTABILIDADE!  Um grupo de 40 Amigos do Braille reuniu-se para 2 eventos prévios na Bibliobraille, como carinhosamente é chamada a Biblioteca Braille Dorina Nowill – Taguatinga – Distrito Federal- Brasil: o  lançamento de livro com 75 poemas,  apoiado pelo FAC à Guilherme Machado e a entrega da moderna Mala do livro da SECEC à agente  Dinorá Cançado pela equipe do programa da SECEC, com a gerente Maria José Lira. Após esses 2 momentos, parte do coletivo saiu à rua, para um trajeto carnavalesco chamado CarnaLivros da AIAB. U ma caminhada dançante da Bibliobraille até a  sede da Academia Inclusiva de Autores Brasilienses - AIAB, a  primeira e única no mundo, em formato itinerante, prestes a completar 6 anos e concorrendo  ao tão sonhado Guiness Book.

         Sem um policial para parar o trânsito, tentando fazer esse papel mas sem sucesso. Assim,  esturricamos no sol abrasador até o sinal abrir, com pessoas sem as menores condições de andanças, mas com uma fé gigantesca de tudo dar certo (e deu, gente!) no CarnaLivros que aconteceu de maneira gratificante.  Com um calor dos maiores que já vimos, às 10h30, o Bloco Amigos do Braille, formado de um vidente facilitador de uma pessoa com deficiência visual e outras (11 pares), enfrentou as maiores peripécias.  Contando com músicas carnavalescas, alegria, personagens saídos dos livros e livro em Braille ou em tinta na mão de cada um.

 Ao som do Baião da Acessibilidade, do violão de Salete Moreira, diretora de animação da AIAB,  do pandeiro de Sidney Ferreira (membro titular),  muita cantoria e saculejos dançantes,  paramos em  todos os sinais de trânsito. Tudo registrado por 4 acadêmicos que além de acudirem as dificuldades, carregavam coisas, amparavam alguns e quase carregando outros.  Ao chegarmos ao Restaurante “Nas Nuvens – ponto de encontros para almoços das pessoas com deficiência visual, paramos um pouquinho à porta, ora dançando, tocando, cantando e conversando com o dono desse local tão querido. Passamos por um corredor tão fino, protegendo-nos da Avenida principal cheia de carros passando rente à grade, que cabia apenas uma pessoa de cada vez. Aí o cego ou o de baia visão punha a mão ao ombro de seu facilitador ou o de olhar solidário. Viramos a rua e   chegamos à sede da AIAB, tão próxima para uma pessoa “dita normal”, mas para deficiente físico uma eternidade, tanto é que, na volta, houve votação para desistirmos de 2 visitas programadas no convite,  pelo excesso do calor do meio dia e do cansaço, claro. Faixas, estandartes, painéis, livros, fantasias de personagens foram deixados  de lado para entrarmos no clima solene do CarnaLivros, o que ocorreu na garagem, com todos á sombra numa roda inclusiva de pé, ainda.

Após a parte literária, com ações inovativas e inclusivas, todos os 22 resilientes conheceram a tão esperada Sala da AIAB ornamentada com a  Árvore da Sustentabilidade, o ipê laranja da AIAB, com outros apetrechos sustentáveis compondo o cenário literário. Cada dupla deixou-se fotografar nesse maior exemplo de árvore fênix que recebe as maiores exposições além fronteiras do DF de Autores inclusivos, provando que, a simplicidade que é a principal característica da AIAB cativa e a sustentabilidade é possível. Um “Coletivo de Amor”, com definiu Adma Oliveira, pessoa com  dislexia e baixa visão.

         Muita água e refrigerante  na AIAB, pois o cachorro quente saboreado na Bibliobraille antes fortaleceu o grupo até à volta com nova  rodada de cachorro para quem não tinha o seu almoço. Ao descansarmos um pouco, cada um retornou às suas casas. Contamos com funcionários da Bibliobraille e voluntários nessa edição do CarnaLivros, todos membros dessa Academia Inclusiva, exemplo de inclusão social no mundo, que fará parte de nossa história de superações, ao longo de 27 anos .

Por Dinorá Couto Cançado

Idealizadora do CarnaLivros/Presidente da AIAB

Em 15/2/23.

Confiram alguns momentos...nas fotos e vídeos postados no blog

aiabbrasilia.blogspot.com

1. Cenas do CarnaLivros na rua.

2. Cenas na sala da AIAB

3. Cenas de momentos com o poeta Guilherme em seu lançamento no grupo Amigos da Palavra, de Ivan Braga, na Bibliobraille, antes do CarnaLivros.

5. Cenas do momento mais esperado e festejado: a entrega da Mala do Livro, à nova agente Dinorá Cançado, em 15/2/23, 10 h, pela equipe da SECEC, na Bibliobraille, recebida pela agente Dinorá e Eliane Ferreira...

Participantes do dia 15/2/23:

 

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