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16/02/23

Apresentação do dia 16/2/23: Veridiano Vicente de Moura

Contando minha história de superação

Veridiano Vicente de Moura

Santa Maria – DF - Brasil 


Eu me chamo Veridiano Vicente de Moura, nasci em 13 de fevereiro de 1957, sou gêmeo, porém minha irmã faleceu.  Nasci em Natal/RN, bairro do Alecrim.

Comecei a estudar aos 11 anos, porque minha tia Nazaré insistia com meu pai.

Nasci enxergando, porém apanhei muito na cabeça. Meu pai me torturava, sofri muito com essas pancadas, além de outras torturas que é melhor deixar no passado.

 Não consegui desenvolver mentalmente, de forma que não progredi na escola, com isso não continuei os estudos. Meus trabalhos para sobreviver foram de faxineiro, chapa de caminhão, vendedor de picolé.

Quando estava de 21 para 22 anos fiquei completamente cego, por causa de um acidente de trabalho, só conseguia vender picolé e vigiar carro.

Chegou um momento que meu tio Salazar pediu para eu cuidar de uma casa que ele construía e mais ou menos nesse tempo conheci minha primeira namorada Maria.

Em 1995, conhecia a Neuma, pessoa com deficiência visual, que me levou para a Escola Classe 6, onde a Biblioteca Braille funcionava. A partir de então comecei a frequentar esse local, participando das atividades e dos eventos, adorava jogar dominó. Eu já era casado com a Querubina, conhecida como Malu, tínhamos uma filha Phiusa e, alguns anos depois, chegou o Peterson.

Naquele tempo, eu não tinha inspiração para escrever, apenas ouvia, mas após o primeiro AVC, que aconteceu na Biblioteca Braille, já sediada na CNB, algo se transformou. É verdade que eu participei muito, ouvindo muita literatura e  poemas ao longo desse tempo. Creio que, de alguma forma, isso ficou na minha cabeça,  após o AVC. De forma mágica, comecei a ditar aquilo que agora vinha espontaneamente. Por esse motivo pude, não apenas frequentar as atividades, agora eu já contribuía com o que eu "escrevia"; Hoje, estou em algumas coletâneas e sigo inspirado, escrevendo e produzindo sem parar, mesmo depois do terceiro AVC. Considero-me um colaborador literário, dentro desta Biblioteca que me acolheu e me acolhe. Eu amo esse lugar.


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